A Disney e Seus Romances Rápidos
Amigos e amigas, ontem resolvi assistir Frozen. Não, gente, eu não tinha assistido ainda e vou falar que não achei nada demais. É legalzinho inho! Mas Frozen levantou uma questão na minha cabeça: que porra de romances são esses da Disney? Essas princesas estão ensinando tudo errado. Nem conhece o cara direito e já tá casando?
Vamos analisar essas doidas?
Cinderela
Cinderela era herdeira daquele castelo todo, mas passou a vida como uma slave e cantando com os passarinhos. Uma coisa meio “Poliana” (odeio Poliana) do tipo “tá tudo uma merda, mas vamos ser felizes assim mesmo”.
Um dia Cinderela consegue uma fada madrinha (quem nunca?) e vai ao baile. O Príncipe olha pra ela e se apaixona na hora. Os dois dançam, dá meia noite, ela sai correndo para não virar abóbora e deixa um sapatinho de cristal na escada. Então, ele resolve que precisa casar pra ontem com a menina que ele dançou uma vez na vida. O Prince cata Cinderela pelo reino todo, acha elazinha e eles se casam sem nem bater um papo. Super natural!
Branca de Neve
Essa daí é outra. Desde que seu pai morreu, Branca de Neve levava vida de empreguete em seu castelo, pois a madrasta não ia com a cara dela. Um dia ela também tava cantando com os passarinhos dela (Disney é apegada na coisa do passarinho, né?), ouvindo um eco bacana da sua voz no poço e PÁ!! conheceu sua cara metade.
Branquinha foge, vive com anões legais, come a maçã envenenada e dorme eterno. Aí vem o príncipe from nowhere e com um beijo ela acorda e eles se casam. Sabe nem o nome, que dirá trocou uma ideia. Mas, segundo a Disney, é amor eterno com certeza!
Bela Adormecida (eu)
Aurora cresceu com suas fadas madrinhas loucas condenada a se ferrar aos 16 anos. Um belo dia ela estava dando um rolê na floresta e cantando com os cacetes dos passarinhos e encontrou Felipe (único nome de príncipe que lembro) e eles se curtiram, deram uma flertadinha, dançaram e cantaram juntos.
Quando ela estava no sono da beleza, ele a despertou com um little kiss e SURPRISE: SE CASARAM! Aurora não sabia nem se Felipe tinha um chulé super punk de aguentar, mas tá bacana!
Bela
Difícil falar mal dela, pois é um dos meus favoritos da Disney. Acho lindíssima a mensagem do filme de que você não deve julgar as pessoas pela aparência e de que o que vale é o que a pessoa tem por dentro. Mas, porra Bela, o cara é uma fera, um bicho gigamonster, que sequestrou seu pai e depois o liberou com a condição de fazer de você uma prisioneira eterna num castelo com xícaras que falam! Sério que você achou que era tranquilo casar com ele? Tá que você se deu bem, a fera virou um príncipe lindo depois que encontrou o amor, mas você se arriscou, hein?!
Mas curti, amo/sou Bela e a Fera! Acho lindo. Pelo menos ela bateu um papo com ele, ensinou uma coisa ou outra, conviveu um pouco antes de casar.
Anna
Como eu falei, não gostei muito de Frozen, mas pelo menos esse filme mostrou uma princesa se ferrando com o príncipe que ela conhece e resolve que ia casar no mesmo dia! No final das contas, ele era um interesseiro que não estava apaixonado coisa nenhuma.
Ela conheceu esse daí enquanto cantava também (já tô até começando achar que é normal conhecer caras assim), se apaixonou, ele pediu sua mão em casamento no mesmo dia e ela aceitou. Sua irmã toda trabalhada no gelo não gostou, deu aquele ruim todo que vocês viram e no meio do processo ela conheceu Kristoff. E eu adorei Kristoff. Kristoff tem bom senso e ficou chocadérrimo com a história dela ficar noiva do nada. Olha só:
Pra quem não fez CCAA, ele questiona o fato dela ter aceitado se casar com o cara no mesmo dia que o conheceu, e pergunta se os pais dela não a ensinaram a não confiar em estranhos. Olha que ponto maravilhoso: estranhos! Disney deixou essa questão de lado por décadas. Tirando um filme ou outro, todos os casais tiveram uma paixão fulminante que não podiam esperar nem um pouquinho. Às vezes, fico me perguntando se isso de fato causou algum efeito negativo em alguém que cresceu com esses exemplos. Eu acho meio estranho, mas tem doido pra tudo, né?
Branca de Neve quase morreu envenenada por uma maçã dada por uma estranha e ela não aprendeu a lição. Pelo contrário, ela foi lá e casou com o homem do poço que ela viu uma vez na vida. Isso nunca pareceu estranho pra vocês? Acho que crescemos tão acostumados a assistir filmes assim que ficou tranquilo e normal pra todo mundo, não causa nenhum espanto. Espero que com o tempo vocês estejam assistindo outros filmes de histórias tristes que estejam traumatizado vocês pra ver se dá uma equilibrada nisso aí. Todo mundo precisa aprender que a vida não é fácil assim, tá?
Happily ever after é só pra quem pode, amor!