O Natal Vermelho da Coca-Cola
Opa, já é véspera de Natal! Galera do hemisfério norte, se vocês estiverem lendo isso, saibam que estou daqui invejando o frio de vocês. Galera do Brasil, caprichem no desodorante, hoje tem muito abraço para dar e o suor está escorrendo que eu sei.
Mas vamos falar de coisa séria. Vocês sabiam que o Natal é vermelho por causa da Coca-Cola? Além disso, o Papai Noel tem a cara e forma que tem também por causa dela. As histórias de um bom velhinho que distribuía presentes nesta época do ano já existem desde 300 anos A.C., mas ele nunca tinha tido uma imagem certa. Além disso, ele usava roupas e cores diferentes. Até o dia em que o artista Habdon Sundblom foi contratado pela Coca-Cola, em 1931, para criar uma imagem mais "humana" de Noel para uma campanha publicitária, onde ele, obviamente, deveria usar as cores da marca. O objetivo inicial era apenas aumentar as vendas do refrigerante, mas o sucesso foi tão grande que a Coca passou a adotar a imagem do velhinho todos os anos e, consequentemente, o mundo o adotou como símbolo do Natal.
Veja bem, a marca não criou o Papai Noel, ela apenas padronizou a imagem dele. Para mim, este é um dos maiores exemplos de como a publicidade pode ter papeis ainda mais importantes do que apenas objetivos comerciais. Ela moldou a cultura e a imagem do Natal do mundo inteiro. Isso sem contar que ela contribui muito para aquilo que falei esta semana sobre toda a decoração natalina ser inspirada no inverno e na neve que cai por lá nesta época do ano. Estamos aqui passando protetor solar para irmos na padaria e vendo comerciais da Coca-Cola com Papai Noel na neve e ursos polares, tudo ao som de uma música em inglês, claro! Sacanagem isso. Ou seja, temos aí mais imagens e ideias de um Natal que não tem absolutamente nada a ver com o nosso, mas que seguimos todos os anos.
Quero falar também de algo relativamente novo que está bombando lá fora. Estou vendo crescer nos Estados Unidos uma nova tradição natalina, além daquela clássica de esperar Papai Noel trazer um brinquedo (que claramente não foi o que você pediu). Em 2004, foi publicado o livro The Elf on the Shelf, escrito por Carol Aebersold e sua filha, Chanda Bell. Ele conta, através de rimas, a história e um elfo ajudante do Papai Noel, que a partir do dia 1º de dezembro vai para a casa de todas as crianças para ver se elas estão se comportando, se merecem ganhar presentes ou não. E aí, rola um boneco satânico do elfo que as mães compram e todo dia de manhã ele aparece em um canto diferente da casa e as crianças têm que procurar onde ele está, mas não podem tocar nele! Isso faz com que elas realmente acreditem que ele é um elfo mágico e fiquem encantadas.
Eu acho meio bizarro, mas a nova tradição está fazendo sucesso. Não preciso nem dizer que já virou filme, né? Ou seja, mamães e papais: se preparem para daqui a alguns anos, quando a moda pegar por aqui, terem que passar dezembro inteiro pensando onde vão enfiar esse boneco todo dia antes de seus filhos acordarem.
Amigos invasores, Feliz Natal para vocês!!!