Fascínios Que Não Entendo
Se tem uma coisa que os Estados Unidos sabem fazer é junk food. Ir para lá com pouco dinheiro é saber que você vai voltar com uns quilos a mais de tanto hot dog de 2 dólares que você vai comer. Seria lindo se não fosse trágico, porque tudo que é gordo é muito bom por lá! E não é de se admirar que tantos restaurantes e fast foods espalharam suas franquias pelo mundo e, como já era de se esperar, o Brasil não ficou fora disso.
Chega a ser dispensável falar do Mc Donald's, né? Seu apelo é tão grande que há alguns anos atrás, quando ele era inaugurado em algumas cidades do Brasil, rolavam festas e engarrafamentos quilométricos da galera doida pra se afundar num Big Mac. Eu mesma já me enfiei em uns shows no estacionamento do Mc Donald's nos meus tempos áureos em Cabo Frio. Queria ver se fosse inauguração de restaurante de salada, não ia ter ninguém.
Dadas as devidas proporções, o mesmo aconteceu com o Burger King (odeio, não comam lá. Péssimo atendimento! Outro dia eles não tinham carne de hamburguer. What?), KFC, Dominos, Pizza Hut, Subway e, mais recentemente, o boom do Starbucks. O Brasil está hoje tão abarrotado de franquias desses restaurantes que eles já deixaram de ser novidade e já viraram "coisa nossa". Tanto é que muitos fogem deles quando vão para os EUA afim de provar uma gordice nova. Eu tinha comido no Mc Donald's na primeira vez que fui, mas dessa vez me recusei. Lancei um Five Guys, Shake Shack, que aliás eu super apoio de abrirem franquias aqui. Mentira, abre não que não to podendo! O mesmo vale para o Starbucks, não fui dessa vez também. Existem cafés locais muito melhores. Ajudem o amiguinho do bairro!
Mais recentemente, o Brasil recebeu ainda mais dois mimos americanos. O primeiro deles foi o Red Lobster no aeroporto de Guarulhos, um restaurante de frutos do mar que não é lá essas maravilhas. Parece que tem gente chegando horas antes do voo só para comer lá. Palhaçada! Não é nada demais, até porque se tratando de frutos do mar a gente quebra tudo muito mais do que eles. Eu acho, não sei... Não curto frutos do mar. Além disso, o Rio de Janeiro acaba de inaugurar um Outlet Premium, o mesmo que tem em várias cidades dos Estados Unidos. Ainda não fui (e nem devo ir, é muito longe), mas já deve ser a palhaçada número 2. Outlets nos EUA são verdadeiros templos da perdição das compras, é sem noção. Eu duvido que com esse dólar alto o pessoal esteja fazendo preços bons de verdade! Quando eu digo bons, eu digo camisa de marca por 5 Obamas. Forever 21 eu evito de entrar por motivos de: muito longe, estou desempregada e nem tudo é barato como deveria ser em uma Forever que se preze! Então, uma beija!
Eu, enquanto uma admiradora da cultura americana, obviamente tenho loucura por muitos e muitos produtos e marcas que vêm de lá. Mas tem umas coisas que eu nunca vou entender. Vou começar pela que mais me deixa sem palavras para explicar: Victoria's Secret. Por que, gente? Diz pra tia!
Para quem não sabe, a loja da marca no aeroporto de Guarulhos já arrecadou o equivalente a 10 milhões de dólares anuais, três vezes a mais do que a média de faturamento nos Estados Unidos. Victoria's Secret ganhou a fama de ser luxuosa na época em que o Brasil tinha uma economia mais fechada, ou seja, seus produtos só entravam aqui por meio de brasileiros que viajavam para o exterior, que era também algo considerado coisa de gente rica. Deixa eu contar uma coisa pra vocês: não é nada demais! Mesmo!! Sério, nos EUA, essa loja é tão do povão, tão da galera, que tem promoções surreais, tipo um rímel e 4 sombras (que eu uso há 5 anos, nunca acabaram) por 5 Obamas. Lingeries e cremes são mega baratos. E tem mais: os perfumes e os hidratantes não são tão cheirosos assim, existem outros produtos muito melhores e zero reconhecidos. Isso precisa parar! Eu comprei um gel de mão lá por U$2,50 e achei o mesmo aqui por R$50,00. Isso nem existe!
GAP: um clássico dos anos 90. Ir para os Estados Unidos e voltar com um casaco de moletom com essas letras garrafais era sinônimos de ostentação. Credo! O bom é que como as viagens ficaram mais acessíveis, isso acabou se tornando cafona, tipo aquelas camisas do Hard Rock Café e Planet Hollywood. O mesmo vale pra Guess. Ai, muito cafona a Guess! Vou nem comentar!
É difícil encontrar uma loja da Tommy que não seja em Outlets na Florida, na Califórnia e em Nova York. Tem tanta ponta de estoque que os americanos nem acham que seja uma boa desfilar com aquelas polos com a bandeirinha do lado. Mas a presença de brasileiros nas lojas é mais certa do que a presença nos parques da Disney, se estiverem em Orlando, por exemplo. Besteira também.
Galera que curte a Hollister, diz pra mim, quem foi que enganou vocês? Vocês sabem que aqui vocês pagam R$179 numa camisa com esse letreiro na frente, mas que lá fora elas custam uns U$12, né? Nem é essa Brastemp toda! Não tem estilo, não tem nada de especial. Since 22... Since 22 o que, gente? Saiam do óbvio!
A mais nova maravilha considerada o último biscoito do pacote é esse shampoo Aussie. Convido vocês a colocarem no Google "Aussie + Blog". Em seguida, vocês voltam para me contar quantas blogueiras de moda e beleza falaram sobre esse troço recentemente. Esse shampoo, vendido a U$2,99 nas farmácias e mercados dos EUA, acaba de chegar no Brasil e está lindo se fazendo de luxuoso. Só dá para encontrar em casas especializadas, olha que chique! Tosqueira! Eu dei uma fungadinha em um lá em Nova York e o cheiro não é nem tão bom assim. Moda pura!
Enfim, mais um dia em que paramos para analisar como somos influenciados e seduzidos por coisas bobas, como, mais uma vez, os Estados Unidos conseguem transformar algo básico e barato em algo luxuoso para os outros países. Eles são uns gênios no final das contas. É sério! Tá de parabéns!
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