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Os Vlogs me Trazem de Volta

Cara, eu tô muito ferrada. Para quem não sabe o desemprego chegou na minha vida há alguns meses e esse acontecimento incrível deixou espaço para que eu adquirisse um novo vício: vlogs. O pior é que não são nem aqueles vlogs de pessoas que sentam na frente da câmera e discutem um assunto qualquer. São vlogs de famílias americanas mostrando a vida delas. Sim, só isso. Eles acordam, mostram como estão as criança tudo, vão no mercado (sempre Target), fazem um jantarzinho, mostram alguma coisa nova que compraram pra casa e de vez em quando vão para eventos legais. Eu me sinto culpada, porque acho que foi a coisa mais idiota que já me viciei na vida. Mentira, acho que pior coisa foi quando eu fiquei viciada em colecionar cartões telefônicos, mas essa deve ter sido a segunda pior coisa, sei lá. E eu não consigo deixar de ver essa gente e já tô tipo apegada, sabe? Eu sei que ainda poderia me viciar em mais 300 famílias nesse meio tempo, mas estou tentando me POLICIAR para que isso não aconteça. É o cúmulo da derrota! Acho que os que eu acompanho não são nem os mais famosos do mundo, nem nada, mas tá brabo!


O que eu mais gosto é o Daily Bumps, composto por Bryan, Missy, Olliver e baby Finn, que está para nascer nos próximos dias. O ruim é que eu fico me dando ao trabalho de acompanhar pelo Twitter pra ver se eles estão indo pra maternidade. A outra coisa ruim é que, como eles casaram muito cedo, acho que não deu tempo do Bryan descobrir que joga no outro time. Vivo com medo dele sair do armário e dar ruim na família. Rola isso do cara ter jeito de gay e não ser? Preciso saber pra ficar em paz. Eles começaram a vida de Youtuber quando ela resolveu contar a história dela para outras mulheres depois de ter perdido dois babies e deu certo! Fizeram sucesso e VIVEM disso! Ô sorte!



Outro canal que eu assisto é o Ellie and Jared, que também começaram mostrando a saga na clínica de fertilidade e hoje também têm dois meninos, Jackson e Calvin. A depressão que esses dois canais trazem é a seguinte: Missy e Ellie têm praticamente a minha idade e são casadas há vários anos e já estão no segundo filho. A novidade agora é que as duas estão pensando em comprar uma casa. Mas não é uma casinha mimimi, é uma CASA! Sei que estão aí pensando que sou louca de invejar tudo isso, mas eu tenho 24 anos e ainda estou sem trabalhar e repensando a minha carreira. Quer dizer… Mais uma vez os Estados Unidos me dando inveja da vida de seus cidadãos, já eles tiveram a oportunidade de estarem nesse patamar tão cedo.


Essa mami aí da foto é Bonnie, irmã da Ellie. Ela tem 30 anos e já está no quarto filho, que acabou de nascer. Assisto o dela por motivos de: também quero ter mil filhos e a mais velha se chama Olivia, que vai ser o nome da minha filha. Também assisto o vlog do irmão dela, mas não vou falar nada sobre ele, porque já estou com vergonha da minha obsessão pela família inteira.


E tem também Cullen and Katie. Gosto porque a menininha é fofa, porque eles têm um sotaque que gosto de ouvir e porque ele tem cara de que era escroto e que ela deu jeito nele. Sim, fico julgando. Assisto também porque todas essas famílias ficaram amigas por conta de seus canais, então é aquela coisa, um vai puxando o outro.


O cúmulo do terror de ficar viciada em ver a vida dos outros aconteceu essa semana. Caleb, um menino de 13 anos de um canal desses de família que eu nunca tinha assistido, morreu na semana passada. A família não tem falado praticamente nada desde o ocorrido, mas ela resolveu transmitir ao vivo uma parte do funeral dele, na última terça (6). E o que eu fiz? Sentei pra assistir. Sério alguém tem que me parar.


O pior de tudo isso é que comecei a pensar em como seria se eu fizesse um canal desse tipo. Bateu uma neura surreal de que não teria nada de interessante para mostrar. Ainda mais nessa fase da vida. Fala se vocês têm algum interesse em ver um vlog em que eu fique o dia inteiro na frente do computador vendo outros vlogs, com exceção do momento em que vou ver Caminho das Índias. Ah, tem também o momento bacana da frustração de quando eu abro esses sites de vagas e encontro zero oportunidades. Ou fiquei pensando que, ainda que fosse na minha época de Projac, eu não poderia filmar a parte mais tensa do dia: o 348! A gente está sempre aí no perigo de ser assaltado, então como eu poderia sacar uma câmera em plena linha amarela e Cidade de God a caminho do trabalho? Tenho que repensar essa questão aí, mas se tiverem alguma ideia boa, let me know também.


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Enfim, acho que a galera que leu os posts feitos no ano passado aqui no blog já percebeu que isso tudo tem a ver comigo. No final das contas, eu sou uma das mais influenciadas pela cultura americana. Eu tinha dado um tempo na escrita, mas resolvi voltar e espero não parar (não vou prometer). Um dos motivos que escolhi voltar foi justamente por conta dessa dose diária de american way of life que tenho tomado com esses vlogs. Percebi que estava voltando a ter a coceirinha da inveja assistindo aos vídeos.

So, I’m back, bitches!

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