Qual o Seu Padrão de Mulher Ideal?
Outro dia fui comprar um óculos de grau e um vendedor fofo de peruca repetiu trezentas vezes que eu deveria levar alguns modelos por serem típicos da “mulher executiva moderna” (palavras dele). Fiquei pensando esses dias na diferença entre as mulheres atuais e as da década de 50-love-of-my-life. É uma diferença gritante!
Os filmes se baseiam na realidade de cada época para criarem suas histórias e esses modelos criados acabam influenciando a sociedade. Uma senhora bola de neve! Eu vou confessar uma coisa que não sei se acho fofa ou tosca: eu decidi sei lá com que idade que seria jornalista ao ver filmes com escritórios lindos e redações fofinhas. Via cenas de mulheres maravilhosas e estilosas chegando com o seu café pra trabalhar e morria querendo ser elas (a essa altura vocês já perceberam que esse blog é quase uma autobiografia). Também li um livro bobinho de adolescente em que a personagem era jornalista e se apaixonava e eu achei que seria legal ser jornalista e me apaixonar. Ah! Eu também sabia que atuaria nessa área porque meu pai olhou pra minha cara quando era pequena e disse “Essa aí vai fazer comunicação” (essa parte eu acho fofa). Como podemos ver, eu sabia muito sobre a profissão quando a escolhi, futuro melhor para o país não há!
Mas voltando ao assunto, hoje em dia esse é o padrão que vemos no cinema e nas séries: mulheres poderosas que trabalham, que são chefes, gerentes, mães, esposas, que acordam cedo e dão conta de tudo! Vemos também mulheres tão poderosas e cheias de atitude que são temidas pelos funcionários e vistas como pessoas frias e sem coração. É o exemplo de Sandra Bullock em "A Proposta". Sandrinha é Margaret Tate, uma editora-chefe de uma multinacional norte-americana que é dura e adora criar climas tensos entre os funcionários! Até o dia em que se vê obrigada a forjar um casamento com um de seus deles para não ser deportada – ela é canadense – e TÃDÃÃÃÃ: ela se apaixona, óbvio! Como uma boa pisciana idiota, adoro esse filme.
Também temos o belíssimo exemplo de "O Diabo Veste Prada". Andy Sachs, personagem da ridícula de linda da Anne Hathaway, abre mão da sua rotina, conforto, amigos e namorado para satisfazer os caprichos de Miranda Priestly (Meryl Foda Streep), editora-chefe da revista de moda Runway Magazine, no intuito investir no emprego e na sua carreira. Enfim, poderia ficar séculos aqui citando filmes que mostram esse padrão de “mulher executiva moderna”, como diria o tiozinho da ótica!
Mas o mundo não foi sempre assim! Volta e meia escuto histórias sobre como as mulheres da época das minhas avós se dedicaram a cuidar da casa e dos filhos, a maioria foi “proibida” pelos maridos de trabalhar. Nos anos 50, os Estados Unidos viviam um momento de prosperidade e confiança, com uma sociedade consumista e com casas melhores e mais conforto. O ideal de mulher era aquela que estava sempre bem arrumada e bem cuidada, aquela que era dona de casa, boa mãe e boa esposa, e essa ideia foi ainda mais disseminada com o aumento de aparelhos de TV nas casas.
Uma das maiores maluquices dessa época pra mim é que as pessoas passaram a curtir a ideia de ir às compras. Os supermercados tipo self-service com prateleiras cheias de latas viraram moda e fazer compras virou até um tipo de lazer! Vai entender… Hoje em dia a gente sofre pra ir no mercado comprar uma lasanha congelada, imagina cozinhar e tal, muita missão! Aliás, essa moda chegou no Brasil na época e as cidades grandes passaram a copiar esses modelos.
Um filme que mostra isso é Mulheres Perfeitas (1975), baseado no livro de Ira Levin, que ganhou um remake em 2004, com Nicole Kidman.
O filme é uma crítica aos padrões impostos pelo machismo. Joanna é uma executiva que sofre um colapso após o programa de TV idealizado por ela virar um fracasso. Então ela se muda para um dos famosos subúrbios americanos com a sua família e encontra uma realidade nada comum nos dias atuais: mulheres sempre bem arrumadas e sorrindo, que amam um supermercado, que estão prontas para satisfazer sexualmente seus maridos, com a casa impecável e filhos maravilhosos. ATENÇÃO PRO SPOILER: após ver que aquilo não cheirava bem e fuçar bastante, ela descobre que as mulheres tinham uma espécie de chip implantado nelas que fazia com que elas agissem dessa forma! Seus maridos estavam por dentro de tudo e permitiam que isso acontecesse. Show, né?
Hoje em dia é difícil achar jovens que tenham em mente a ideia de se tornarem donas de casa 100% dedicadas aos seus maridos e aos filhos. Em um mundo onde muitos casamentos perderam o “felizes para sempre”, as mulheres têm pavor de largar tudo por um homem e ficar na dúvida daquela pensão bacana em caso de separação. A ideia de depender de outro homem e se dedicar tanto a ele se tornou ultrapassada ainda para aquelas mais certas da eternidade de seus relacionamentos. Então, mulherada, um olho no peixe e outro no gato!
Pra finalizar, toma aí uma máscara bacana da Devil Streep. Achei que seria útil….